16 de junho de 2011

Eterna Clarice

'Eu conheci razoavelmente bem Clarice Lispector. Ela era infelicíssima... A primeira vez que conversamos eu chorei depois a noite inteira, porque ela inteirinha me doía, porque parecia se doer também, de tanta compreensão sangrada de tudo. Te falo nela, porque Clarice, pra mim, é o que mais conheço de grandioso, literariamente falando. E morreu sozinha, sacaneada, desamada, incompreendida, com fama de "meio doida”. Porque se entregou completamente ao seu trabalho de criar.Mergulhou na sua própria trip e foi inventando caminhos, na maior solidão.'
                              Caio Fernando Abreu.